Classes Sociais na Dinastia Joseon
- Van Borh
- 11 de jun.
- 5 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.
A história da Coreia é tão rica e fascinante, não é mesmo? Principalmente para nós, que amamos os k-dramas e nos vemos imersas nesse universo que, muitas vezes, nos faz sonhar!
Eu sempre me pego pensando em como as coisas funcionavam naquela época, especialmente durante a Dinastia Joseon, um período que a gente vê tanto nas nossas séries favoritas.

Como a Religião Moldou a Dinastia Joseon
Sabe, em muitas nações antigas, a religião era o centro de tudo, e a Coreia não foi exceção. Mas em Joseon, algo muito grande aconteceu: o Confucionismo chegou para ficar. Eu imagino que para a época, isso deve ter sido uma mudança e tanto!
Olha, o Confucionismo já tinha dado as caras lá nos tempos dos Três Reinos – Silla, Baekje, Goguryeo – vindo da China, mas era tipo um convidado que ninguém dava muita bola.
O Budismo é que era o rei, dominando por mais de mil anos (de 372 a 1392!). Mas aí, com o nascimento de uma nova dinastia, o Confucionismo ganhou um poder enorme, quase que tirando o Budismo de cena completamente.
A Sociedade e as Castas em Joseon
Essa filosofia influenciou tanto que o jeito de governar e até a forma como a sociedade se organizava foram baseados nos princípios confucionistas. Eu acho que é por isso que a gente vê tanto nos nossos doramas essa valorização do estudo e do conhecimento, enquanto o comércio e a manufatura eram meio que desprezados.
A sociedade era bem dividida em castas, sabe? Aquela pirâmide que a gente vê nos livros, ou até mesmo nos dramas históricos, era bem marcada. No topo, claro, estava o rei, o chefe de tudo.
Logo abaixo vinham os yangban (양반), que a gente vê como os nobres e estudiosos, sempre elegantes. Depois, os jungin (중인), que eram a classe média-alta, e por fim, na base, os sangmin (상민) e os cheonmin (천민), que incluíam os nobi (노비), os escravos.
Os Exames Gwageo: A Porta para o Sonho
Uma coisa que eu acho super interessante e que a gente vê muito nos k-dramas são os exames gwageo (과거). Eles eram a chance de qualquer pessoa, independente da sua origem, se tornar um alto funcionário do governo.
Parece até um conto de fadas, não é? Mas pensa bem, mesmo sendo acessível a todos, só quem era super, hiper, mega estudioso e tinha um conhecimento profundo dos clássicos confucionistas conseguia passar. Ou seja, era acessível, mas para poucos!

As Classes Sociais: Um Olhar Mais Perto
Yangban
Ah, os yangban! Essa é a classe que a gente ama ver nos dramas, não é? Eles eram a nata da sociedade, governando junto com o rei. A palavra yangban significa "duas ordens", referindo-se aos estudiosos e aos militares.
Eles ocupavam os cargos mais altos, vivendo a doutrina de Confúcio através de muito estudo e cultivo pessoal. Eles eram tão preocupados em manter a "pureza" da classe que só se casavam entre si, buscando preservar a distinção e a hierarquia.
A educação deles era de altíssima qualidade, especialmente nos clássicos confucionistas. Eu imagino eles escrevendo aqueles textos antigos e até os contemporâneos, em chinês clássico, mesmo depois da invenção do Hangeul! E não era só de estudo que viviam, eles também se dedicavam à caligrafia e à pintura com tinta, verdadeiros artistas!
E aqui vem uma curiosidade que sempre me pega: o sistema yangban era hereditário, mas não para sempre. Se o herdeiro passasse no gwageo, a família mantinha o título. Mas se em três gerações ninguém conseguisse passar no exame e se posicionar no governo, eles perdiam o status e viravam "pessoas comuns". Que pressão, não é?

Jungin
Depois dos yangban, a gente encontra os jungin. Eles eram a classe média-alta, abaixo dos nobres, mas acima dos plebeus. Eram pessoas super educadas, tipo os engenheiros, intérpretes, médicos, cientistas, astrônomos, juristas, contadores, calígrafos, músicos, militares de baixa patente e até os filhos ilegítimos de aristocratas. Eu sempre fico imaginando as histórias dessas pessoas, que, apesar de não serem nobres, tinham um conhecimento vasto!
A palavra jungin significa literalmente "pessoa do meio", e eles eram a ponte entre o governo e as classes mais baixas, com habilidades que permitiam aos yangban governar. Mesmo sendo plebeus, tinham muitos benefícios: não pagavam impostos, não precisavam servir ao exército e podiam ser servos reais. E sabe o que é mais legal?
Eles podiam morar no centro da cidade, o que reforça o nome "pessoas do meio". E, olha só, se os pais tivessem boa reputação, as filhas poderiam até se tornar concubinas reais e, quem sabe, uma consorte real ou até uma nobre consorte real!
Sangmin
A partir dos sangmin, a gente começa a ver as classes mais baixas da sociedade. Eles eram os "trabalhadores limpos", mas com um status social e poder aquisitivo bem baixos. Eram camponeses, trabalhadores, pescadores e artesãos, e representavam a maioria da população – 75%!
Eram eles que pagavam a maior parte dos impostos e serviam no exército. Eu imagino o peso que eles carregavam nas costas, sendo a espinha dorsal do reino. Alguns tinham suas próprias terras e viviam até que bem, mas outros eram arrendatários das terras dos yangban. Dizem que os mais pobres preferiam se tornar escravos para não ter que se preocupar com a comida. Que triste, não é?
Cheonmin
E na base da pirâmide, as cheonmin, a classe mais "impura", "suja" e "vulgar". Eles faziam os trabalhos considerados "impuros". Nesse grupo, encontramos sapateiros, xamãs, ferreiros, bruxas, bufões, carcereiros, açougueiros chamados baekjeong (백정), artistas chamados kisaeng (기생) e os escravos, os nobi (노비). Os nobi eram praticamente propriedade dos aristocratas, tratados como objetos que podiam ser trocados.
Os baekjeong eram considerados a ocupação mais suja, pois trabalhar com carne era visto como pecaminoso e contra a lei religiosa. E o irônico é que o consumo de carne era só para a classe alta e a família real! Por muito tempo, eles também foram carrascos, algo que nem eles mesmos gostavam.
Mas entre os cheonmin, eu sempre me encanto com as kisaeng. Apesar de pertencerem à classe mais baixa, elas eram educadas em poesia, artes plásticas, cerâmica e literatura. Muitos nobres as chamavam para seu entretenimento, apreciando a companhia dessas mulheres inteligentes e cultas.

Que pena que todo esse talento era ofuscado pelo seu status social! Elas até fizeram grandes contribuições para a literatura com um estilo de poesia chamado sijo (시조). E, assim como outros status da época, o delas era herdado: as filhas de kisaeng automaticamente se tornavam kisaeng.
É incrível como os k-dramas nos ajudam a visualizar toda essa complexidade da sociedade Joseon, não é? Dá para sentir a vida dessas pessoas, seus desafios e seus sonhos, mesmo que tão distantes no tempo e na cultura. O que você acha mais fascinante nessa estrutura social da Coreia antiga?
Assista também ao nosso vídeo sobre o assunto:
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